domingo, 6 de setembro de 2009


"Effathá"

"Effathá", isto é, "Abre-te" é a «palavra de ordem» de Cristo neste primeiro Domingo de Setembro e de início de Ano Pastoral.
Muitas, evantualmente todas, as Comunidades cristãs preparam e programam as suas actividades, o seu peregrinar, o seu ser e agir, para mais um ano de caminhada.
E, providencialmente, a Palavra que vem até nós neste Domingo ganha contornos de «programa», de «esquema», de «pista» a seguir por cada um de nós...
Abrir-se a Deus, sair da surdez e da mudez em que nos movemos com demasiada frequência; ultrapassar as «vozes», os «barulhos» e «ruídos» do mundo envolvente para saber escutar e apreciar o som e a voz d'Aquele que nos chama, interpela e envia!
Abrir-se à radicalidade da verdade que é Deus, à simplicidade do Seu Evangelho, à pureza do Seu Reino, à ousadia da caridade que Ele nos deixa como herança...
Fechados nas redomas de nós mesmos, das nossas «verdadezinhas» definitivas ainda que sempre provisórias, dos nossos esquemas imutáveis e tantas vezes redutores e alienantes, dos nossos «palpites» e «sentenças» marginalizantes e indutores de rejeição, são o contrário do caminho apontado pelo Evangelho!
"Abre-te"!
Sem medos, complexos, vergonhas, abrirmo-nos à Verdade que é Jesus. Mesmo que isso implique desinstalação, provocação, novidade, emergência de conversão, humildade nos juízos, «arrepiar» caminhos já percorridos...
Abrir-se a um Deus que não desiste de nos interpelar, de nos convocar à santidade... Santidade não feita palavra, sermão ou apologia bem parecida; santidade na vida, na existência, nas prioridades, nas opções, nas palavras, nas omissões que havemos de largar, nas «apostas» que havemos de fazer...
"Effathá"!
Agora. Em mim. Aqui. Por todos...

5 comentários:

  1. Ao ler esta meditação, mais uma vez o Pe. Antonio nos faz pensar,meditar,desinstalar de uma maneira franca ,para que nós possamos abrir os olhos e o nosso espirito e ver, que há que agir e tomar DEUS para nossa vida.
    «emergência de conversão» palavra simples que para mim diz tudo e me ocupa o pensamento.

    ResponderEliminar
  2. É muito bom sentir toda a dedicação do nosso Prior... enche a alma!
    Como também encheu a minha alma a partilha do Bernardo e do Gonçalo, ontem, na Eucaristia, quando comunicaram a sua entrada no Seminário.
    Porque ouviram: "Effathá"; porque arriscaram e tudo deixaram para seguir o chamamento de Deus.

    E o meu Senhor vai-me repetindo "Effathá"... Qual a minha resposta?...

    ResponderEliminar
  3. «Abre-te,sem medos, vergonhas,complexos»
    È o que eu mais desejo,sei que vai haver um dia,em que vou receber JESUS de coraçãos aberto.
    A luta não é fácil,a minha fragilidade é muito grande,antigamente era diferente,felizmente
    agora há mais abertura e tudo se vai tornando mais fácil.

    ResponderEliminar
  4. Effathá... Effathá.. Effathá.. Effathá, a palavra que se repete, e que se intesifica no meu coração, e que Deus nos faça experienciar esta palavra "Effathá"!!!
    A luta nunca é fácil, a entrega também não, mas aquilo que se recebe é tão maior em comparação com todas as dificuldades que se colocam á frente das nossas vidas!

    Effathá! Effathá!Que se torne um lema nas nossas vidas!

    Ricardo A.

    ResponderEliminar
  5. Há já alguns dias que persiste na minha mente: "...como alguém que diz que sabe dizer a verdade com amor"...
    Sim, quando escancaramos as janelas da alma nem sempre nos saem apenas "coisas" boas (e o amor, "a parte mais importante e sábia da linguagem que o mundo fala, e que todas as pessoas são capazes de escutar nos seus corações", perde-se).
    Mea culpa por olhar apenas os efeitos sem conhecer das causas.
    Mea culpa por não ter perdoado o que me faz doer, "de olhos fechados", em qualquer circunstância.
    Mea culpa por ter deixado de olhar quem estava ao meu lado, porque o coração está disperso, apesar de continuar cheio de Deus.
    Este sentido, tão próprio do sacramento da reconcialiação, faz-nos verdadeiramente renascer no amor, como esta semana me fez...
    E, cada vez que renasço, consigo ver novos caminhos apontados por este Evangelho que não exclui, tantas vezes diferentes dos que calcorreio; caminhos mais livres, mais despreconceituosos...
    "Aqueles que foram vistos a dançar, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a musica" (Nietzsche)

    ResponderEliminar