quinta-feira, 10 de setembro de 2009


"Prioridades..."

Não nego que viver «mergulhado» no meio dos jovens desta Paróquia me enche de uma profunda alegria; após a experiência sempre irrepetível que é um Campo de Férias - e enquanto as aulas teimam em começar - como não experienciar a alegria de celebrar a eucaristia todos os dias com cerca de 40/50 jovens?
A sua procura de Deus, o desejo de d'Ele se alimentarem, o gostarem de estar na paróquia, de me convidarem para «mil programas» que não consigo de todo aceitar, a «simples» vontade de estar por aqui, de me «encharcarem» de perguntas, dúvidas, desafios, dão sempre renovado alento a qualquer coração sacerdotal...
Tenho dito com frequência que se ao longo do ano apenas acompanhasse estas centenas de jovens que participaram nos Campos já teria trabalho apostólico suficiente! E quem me dera poder faze-lo! Quem me dera o tempo real para ser presença quotidiana na vida de cada um destes jovens! São muitos, como muitas as histórias, os corações, os medos, as esperanças, as dúvidas, as quedas e recuos na caminhada, tantas e tantas vezes porque precisavam do pastor bem mais ao seu lado, companheiro de viagem nas reais estradas das suas vidas!
Mas não posso; não consigo; não me é permitido! Há uma Comunidade inteira, um «mundo» imenso que precisa também desse dom que me acompanha, dessa Graça recebida para o benefício de todos!
Sinto cada vez mais que urge repensar toda a nossa pastoral; que importa delinear, corajosamente, prioridades e opões, se verdadeiramente sonhamos a Igreja!
Não basta afirmar-se que os padres não são gestores, constutores, economistas...
Porque depois, no dia-a-dia da nossa vida somos obrigados a sê-lo! Pura e simplesmente!
Porque ainda falta muita corresponsabilidade na Igreja. Porque ainda é preciso descobrir e redescobrir o sentido da gratuidade, da caridade, da disponibilidade, da entrega, na fé nas nossas Paróquias...
Por isso mesmo, o tempo vai-se esgotando e gastando em diversificadíssimas coisas. Que não são, certamente, essenciais!
Que os jovens me perdoem o tempo que não lhes dou... A presença que não sou... O companheiro que não têm...

4 comentários:

  1. Tenho a certeza que o pouco tempo que o nosso PRIOR tem para com cada um de nós, jovens e menos jovens é bem vindo e todos sabem que a entrega é total, até ao limite.
    È melhor pouco ,mas bom e com o coração e todos nós estamos com o nosso PADRE António de corpo e alma .
    Força e coragem para abraçar todos os projectos.
    DEUS está sempre presente.

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  2. Sabe, Pe. António... eu creio que os jovens entendem... mais cedo. mais tarde... mas entendem.
    Que bom seria que nós, adultos, tivessemos essa compreensão também... mas teimamos em exigir, em sermos servidos. E damos tão pouco!...
    "Ubi caritas..."

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  3. Uma felicidade que partilhamos sem dúvida! Que bom é sentir uma igreja alegre! Uma alegria que provem desta nossa juventude , uma alegria que quer "incendiar" o mundo e que calmamente vai incendiando este nosso mundo, o nosso Estoril!
    É tão bom sentir, que a nossa segunda casa, não é um café, não é um shooping, não é um bar, não é uma discoteca, é a igreja, o sacrário, o JC! Que esta força, que esta sede de Jesus, continue e não morra com a vida quotidiana e não é assim tão difícil continuar com esta sede, nem é preciso procurar, porque esta sempre no mesmo sitio, no coração de cada um de nós!

    Ricardo A.

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  4. O tempo que não se dá... o tempo que não se tem... Mas afinal, como está o tempo para a presença? A presença não se mede em tempo. Posso eu estar incontáveis segundos do relógio do tempo e não ser presença. A presença mede-se pela osmose das palavras com o silêncio, que ficam a ecoar no coração e na alma. Posso eu estar tempo sem fim e não ser presença por um segundo.

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