terça-feira, 15 de setembro de 2009


"Dom para todos"

"Esta total disponibilidade para o serviço define o ministério sacerdotal. O sacerdote é chamado a pôr-se totalmente ao serviço da edificação da Igreja, com tudo o que é e tudo o que tem. Esta radicalidade do serviço é a mais bela realização da liberdade; é a dimensão em que o sacerdote se humaniza, exercendo o seu ministério, porque viver a vida como um dom, a Deus e aos irmãos, é a mais perfeita realização do ideal humano, num mundo retalhado de egoísmos e busca dos próprios interesses".

Estas palavras foram proferidas há dias pelo nosso Patriarca. Palavras que denotam e expressam a profundidade do dom que acompanha cada sacerdote; palavras que nos relembram que, acima de tudo, cada um de nós, sacerdotes, é um dom; palavras que nos comprometem na beleza da missão que nos está confiada.
Palavras, desafio, apelo, a que eu mesmo perceba, entenda, creia e viva sempre mais essa dimensão de entrega e de disponibilidade, de oblação e de serviço, à Igreja minha Mãe. Com tudo o que temos e somos, somos e temos para a Igreja. A Igreja inteira, a Igreja feita de todos os homens e mulheres e não apenas de alguns, a Igreja que ri, que rejubila, que canta, e a Igreja que chora, que sofre, que agoniza, que tem fome, que não aparece nas páginas das revistas e dos jornais. A Igreja de homens e mulheres conhecidos e influentes na sociedade, e a Igreja dos desconhecidos, dos humildes, dos pobres, dos sem vez nem voz...
E há que rezar muito para que nós, padres de Jesus Cristo, não sejamos apenas pastores de uns quantos, de quem nos pode proteger, ajudar, projectar ou «abençoar»! Mas - e acima de tudo - para que sejamos pastores de todos os corações, todas as vidas, todas as histórias, todos os homens e mulheres!
Rezar para que não nos sintamos satisfeitos, realizados, fecundos, completos, enquanto um só coração que seja permaneça na solidão, na opressão, no abandono, no esquecimento, na angústia, na dor...
Sermos os pastores que Deus quer e a Igreja, Mãe de todos os homens, precisa neste nosso tempo...

4 comentários:

  1. Agora convivendo um pouco mais na parte interna da Igreja, verifico o trabalho magnifico que tanta gente faz com todo o Amor e de tanta coisa que há a fazer.
    Os que tem mais e menos hipóteses cada um o que pode fazer é louvável,gratificante e como todos nos sentimos felizes trabalhando em conjunto.
    Tudo isto com o apoio do nosso PRIOR com um coração grande com muito, amor e entrega para ajudar quem mais precisa.

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  2. O Pe. António é de DEUS e de todos nós ,todos encontram nas suas palavras algo que lhes enche o coração e nos faz ver a vida, de outro modo levando-nos a DEUS ricos ,pobres tenho a certeza.
    AS vossas palavras são fortes ,verdadeiras e chegam até mim com muita profundidade e sentimento,faz-me pensar,meditar,emocionar-me e até chorar e querer sobretudo amar a DEUS cada vez mais.

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  3. Como seria lindo que todos os pastores acarinhassem o seu rebanho da mesma forma. Mas isso não acontesse. O rebanho é muito diversificado, há ricos, há pobres, há os que falam sempre na primeira pessoa do singular (eu)e há aqueles que, por respeito pelos outros falam sermpre na primeira pessoa do plural (nós). É difícil sorrir de igual modo para todos, eu sei, mas ... há tanta gente que sofre, há tanta gente que precisa nem que seja de um esboço desse tal sorriso. É dificil eu sei, aceitar que no rebanho existem os que são fieis, ou procuram ser, ao que os evangelhos nos ensinam e os que põem acima de tudo a sua imagem e sempre que podem se classificam de beneméritos. É dificil eu sei, que apesar de os jovens serem o futuro os menos jovens, também fazem parte do rebanho e são ou devem ser os exemplos para os mais novos. HÁ TANTA COISA DIFÍCIL eu sei, mas ... não seremos nós que as dificultamos?
    Será que o tal egoismo que fala o Senhor Patriarca é que não nos deixa ser lúcidos? será que eu sou de tal maneira egoista que penso que é possível alterar o que é inalterável?
    Mas o que eu quero é que a nossa Igreja seja de todos e para todos. É difícil eu sei mas ... esta luta não é nem pode ser só dos sacerdotes, é de todos aqueles que acreditam no AMOR de CRISTO.
    Vou rezar para que Jesus Cristo me ajude a ser menos egoista e mais tolerante, mas também para que os nossos Padres sejam sempre os pastores que acarinham o seu rebanho seja qual for a situação, "pastores de todos os corações, todas as vidas, todas as histórias, todos os homens e mulheres". LU

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  4. Este texto e o anterior estão muito ligados... Como consegue um sacerdote sê-lo a tempo inteiro, se tem toda uma paróquia para gerir? Como podemos tantas vezes exigir ao sacerdote mais e mais, quando, por nossa culpa, ele não dar tudo o que lhe pedimos.
    Por nossa culpa... sim! "Porque ainda falta muita corresponsabilidade na Igreja. Porque ainda é preciso descobrir e redescobrir o sentido da gratuidade, da caridade, da disponibilidade, da entrega, na fé nas nossas Paróquias..."
    Se eu não dou mais de mim, como pode o meu Prior responder-me?
    E neste Ano Sacerdotal rezo particularmente pelos Sacerdotes... por si, Pe. António!

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