sexta-feira, 10 de julho de 2009


"Saber-se Peregrino"

Em férias, aparentemente, é mais fácil redescobrirmos aquilo que verdadeiramente somos: apenas peregrinos!
Caminhando sem destino definido, avançando pelas estradas sem sequer olhar os mapas, vamos entendendo que o caminho se faz caminhando, vamos percebendo que, verdadeiramente, nenhum de nós tem aqui morada permanente...
Vou caminhando, pisando trilhos que outros bem antes de mim o já fizeram. Caminhavam movidos pela fé, traziam nos alforges a esperança e o sonho de algo de maior e de melhor...
Com eles, caminho e busco Encontro. Procuro também a paz que naturalmente, esses incontáveis homens e mulheres ao longo dos séculos também ansiavam...
E sobressai em mim, bem cá dentro, essa constante verdade: somos apenas Peregrinos.
O tempo ajuda-nos a guardar demasiada tralha; consegue convencer-nos da importância das banalidades; quase nos regula e decide os tesouros a amealhar no mais fundo de nós mesmos!
Que mentira e tristeza de caminhos trilhados!
Somos simplesmente Peregrinos do Infinito, de Algo e de Alguém que verdadeiramente pode alojar-se, permanecer, e vencer o mais recôndito da nossa existência: Deus.
Faço-me Peregrino por estes dias com tantos outros caminhantes...
Imagino-me - e sinto-me - igual e inquieto nessa caminhada, nessas preces, nesses Encontros entre nós e Ele.
Mais perto ou mais longe, aquilo que vale é irmos reaprendendo esta verdade maior: somos Peregrinos de outra Pátria, de outro Reino...
Urge deitar por terra, deitar fora, tesouros de nada, que apenas corrompem o nosso tempo, a nossa alma, o nosso ser, a fim de sermos livres, vazios de supérfluo, para que a mochila da nossa vida se vá enchendo da Graça que vem do Alto...
Essa, por mais carregada que esteja, jamais pesará e atrasará os nossos passos...
Bem pelo contrário: atiram-nos para o essencial...

5 comentários:

  1. Se nos prendemos aos bens materiais, que nada são e deixamos passar a vida por nós sem dela fazer nada de útil ,deitando a cabeça na areia pensando que o mundo nos pertence, mas não é verdade é tudo éfemero ´só o que fazemos de bem valea pena nada mais importa. PADRE ANTÒNIO boa noite até amanhã.

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  2. Prior, como é importante que não percamos a consciência de que somos Peregrinos de outra Pátria, de outro Reino.
    Bem haja por de uma forma tão bela e tão sentida nos recordar, mesmo longe, mas ao mesmo tempo tão perto, esta verdade.

    Um beijo do tamanho da imensidade do Amor de Deus. Um abraço forte. JJ

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  3. Ao longo da vida peregrinamos e pensamos que a "mochila" já pesa e está cheia, e de facto está, de «tralha»! Há que enche-la sim, mas de Fé, Amor,Paz, Perseverança (como falou hoje o Pe.Valter).

    Quer esteja longe ou perto pegrino e pegrinamos consigo, sempre juntos na fé e no amor que aquela cruz tão humilde nos trasmite!

    A caminhar em sítios diferentes mas sempre com o mesmo destino:Cristo!

    Umas óptimas Férias Pe.António!

    Ricardo A.

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  4. Pois é... quando teimamos em ficar no mesmo lugar, "o tempo ajuda-nos a guardar demasiada tralha"...
    E é quando nos decidimos a caminhar que realizamos quão inútil, pesada, é a bagagem que carregamos...

    E, da "mochila da minha vida"... que posso eu deitar fora?

    Aninhas

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  5. A mochila da nossa vida enche-se tão rápida ,que nem damos conta o pior é que só conseguimos por o que não tem significado nenhum na nossa vida .
    A porta para o CÈU é estreita e nada passa do que temos ,só a verdade e tudo aquilo, que deixa nossa alma preenchida

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