terça-feira, 17 de novembro de 2009


"Discípulos?"

Discípulos de quê ou de Quem?
Esta questão é levantada de novo na liturgia de hoje!
Os discípulos de Jesus não aceitam «subir a Jerusalém»; não querem assumir a missão aí revelada, ou seja, encarnar o mistérios da crucifixão e da morte por amor da humanidade! Pretendem um messianismo mais à sua medida, mais à sua imagem e semelhança, de acordo com as suas maneiras facilitistas, cómodas e egoístas de olhar para Deus, a fé, a religião, a salvação!
Uma tentação que atravessa os tempos e a história, que se aloja também hoje nos nossos próprios corações; uma tentação que nos desvia do essencial e nos distrai do olhar que nos merece esse Sinal eloquente e definitivo que é a Cruz e nela O Crucificado!
Na fuga à «subida a Jerusalém» aparece e sobressai o seguimento de si mesmos, as doutrinas pessoais, os caminhos desviantes do Caminhos, as verdades intimistas em detrimento da Verdade e a vivência sem a paixão pela Vida!
Advém, assim a questão acima colocada: discípulos de quê ou de Quem?
Importaria reflectir; valeria a pena uma introspecção; seria bom arriscar olhar bem para o fundo das nossas almas e respondermos com autenticidade!
Mete-nos medo essa «subida a Jerusalém»?!
Assusta-nos a Cruz e O Crucificado?
Mas ela é a Vida, a nossa Vida!
Porque ela é Amor.
Porque ela é Paz.
Porque ela é Perdão.
Porque ela é Misericórdia.
Porque ela é Sangue.
Porque ela é Aliança.
Porque ela é Vida. A nossa Vida.
Fugir dela, dela nos envergonharmos, escondê-la ou menosprezá-la, ignorá-la ou negá-la, será sempre ofuscar a «página» mais bela da história da humanidade.
Anunciar, pregar, proclamar, amar, um Cristo sem Cruz será sempre a escolha de algo e não d'Esse Alguém que dizemos acreditar, seguir, amar...
Por isso, questionemo-nos todos: discípulos de quê ou de Quem?
Porque podemos andar perfeitamente enganados, porque arriscamo-nos a peregrinar rumo a uma perenidade e finitude ao invés da eternidade e da infinitude onde permanecem os braços abertos do Crucificado Ressuscitado sonhando apenas o abraço de Amor a cada homem de cada tempo...

7 comentários:

  1. Todos os Cristãos, eu penso que são discípulos de DEUS se nós não acreditarmos e não tivermos essa certeza quem a terá?.
    É certo que nem sempre estamos no melhor caminho, erramos demasiado, fugimos e ocupamo-nos, importamo-nos com o que não interessa nada, absolutamente nada,mas DEUS está connosco e chama-nos atravéz da vida, de alguém há sempre um dia que vamos parar e aceitar DEUS em nós na totalidade.
    DEUS está de braços abertos para nos acolher sempre com um Amor, Paz,com aquela Paz que tanto necessitamos.
    DEUS está em mim e como eu desejava transmitir a algúem mas é muito difícil,não desisto .
    DEUS estar em nós não é ir assistir á missa é atitudes do dia a dia.

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  2. Falta a palavra «só» ir á missa porque no dia a dia por vezes se esquecem do que ouviram e o aplicar a Palavra de DEUS passa um pouco ao lado infelizmente.
    POR tudo isso DEUS continua na CUZ a sofrer por todos nós.

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  3. "um Cristo sem Cruz"... é vida fácil, sem dor, é caminho sem obstáculos ou subidas, é coração sem espaço...
    Como amar Cristo sem amar a Cruz?!
    Não faz sentido...

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  4. Sim, Pe. António, temos tantas vezes a tentação de achar que depende de nós isto ou aquilo mas, como nos diz tantas vezes: Deus não escolhe os capacitados, Ele capacita os escolhidos. É tudo muito simples se nos entregarmos; mas somos rebeldes e presunçosos e escolhemos outros “senhores” até no serviço da Igreja. O que nos vale a todos, é que Deus se fez Homem e, com esse acto de Amor de “descer” à nossa vileza, nos conheceu e nos perdoou: na Cruz! E ao ser ressuscitado, ganhou! Está ganho… por Ele, na Cruz! O que seria, se acreditassemos…?
    Cristo sem cruz é um filósofo, um Homem Santo, um Sábio, é um Grande entre os Justos. Cristo na Cruz é o Filho que nos abre o Caminho de Filhos de Deus. Dai-nos, Senhor, a Graça de acreditar com simplicidade porque, acreditando, “a Sua Lei será gravada nos nossos corações e na nossa mente e não mais serão lembradas as nossas iniquidades”

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  5. A auto-reclusão pode ser confortável desde que seja momentânea e que tenha um objectivo concreto, como por exemplo a procura de respostas. Quando se torna um modo de vida, algo está mal...
    O mesmo acontece quando procuramos apenas as nossas verdades...
    E "o amor não é apenas um sentimento, é também uma arte." (H. de Balzac); arte no sentido de acção; de "sairmos" para o Mundo.
    Então sim, as "verdades" seriam diferentes... porque este Amor feito acção nada tem a ver com petulância ou presunção. Nada mesmo!
    E porque a auto-reclusão não permite a realização em plenitude desse mesmo Amor...

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  6. Amamos a Cruz porque ela é o Amor.
    Nunca ninguém terá por nós semelhante acto de Amor como teve Jesus Cristo.
    Amamo-la porque, sem ela, não existiria este acto de Amor...
    E a nossa própria cruz - sempre tão pequena, em comparação -, amamo-la? Aceitamo-la? Vivêmo-la ao jeito de Jesus Cristo, entregando e confiando?
    Por outro lado, será que tantas e tantas vezes não inventamos a nossa "cruz"? Não a criamos para a podermos "sofrer"?...
    E é isso que este Jesus, que morreu por nós, deseja? Não acredito que o sofrimento, por si só, agrade a Deus...
    O nosso peregrinar só faz sentido se fôr em direcção ao Amor: crescemos através do Amor.
    E o que é o caminho do Amor? é viver de forma simples e despretenciosa, verdadeira e confiante. Mas é, sobretudo, viver em Paz...
    Na Paz de Deus...
    Não inventemos "cruzes" onde elas não existem.

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  7. Há tempos encontreiuma amiga e procurou-me onde ía num dia cheio de sol e eu respondi vou á missa.
    Ela disse-me admirada, vou dar uma volta.
    Hoje encontreia-a e ela diz-me sabes, agora vou sempre á missa também ,tu tnhas razão.
    Sentiu um chamamento( o tal fermento que se vai pondo na massa) muito forte que não sabia explicar fiquei muito feliz,muito feliz mesmo.
    Deus está a olhar por todos nós e mostra-nos sempre o caminho do SEU Amor.
    Também o senti o sinto e inunda o meu coração
    fortemente.
    Obrigada Pe.Antònio por tudo.

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