sexta-feira, 30 de outubro de 2009


"Nada nos separará..."

A palavra de S. Paulo, na liturgia de hoje, não podia ser mais directa e assertiva!
Para ele, verdadeiro apaixonado por Jesus Cristo, a Quem tinha como seu tesouro e sua glória, e por Quem considerava tudo como lixo para apenas O ter a Ele presente, nada nem ninguém o poderia afastar do seu Senhor e seu Tudo!Nem fomes, nem nudez, nem perseguições, calúnias, prisões ou espadas! Em tudo, diante de todos, saía vencedor. Porque para ele a única, eficaz e verdadeira sabedoria era a «loucura da Cruz» e nela o seu Senhor de braços abertos e Coração trespassado! Só isso valia; apenas isso importava. Viesse o que viesse, viesse quem viesse, nada o afastaria dessa intimidade e união com Aquele que lhe havia arrebatado as forças, o coração, a vida. E nesta postura, neste estilo de apostolado, nesta forma de pregação e evangelização, deveríamos todos nós, pastores e leigos, aprender essa mesma paixão, entusiasmo e sabedoria. Neste exemplo e testemunho, todos nós poderíamos adquirir as forças que às vezes nos faltam, o ânimo que nem sempre testemunhamos, a esperança que por vezes nos foge, a audácia que não possuímos, a paixão que não vivemos intensamente! Quem de nós não ambicionaria afirmar como S. Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim»? Quem de nós não se orgulharia de viver ao jeito desse Apóstolo das gentes que afirmava categoricamente que «para mim viver é Cristo»? Que nos faltará? Que nos travará? O medo das «espadas» deste tempo? O medo das «fomes» deste mundo? O medo das «perseguições» desta hora? Mas Quem comanda o universo, o mundo, a Igreja? Nós ou Deus? Então, se nem um só cabelo cai da nossa cabeça sem o consentimento do Pai?! Que nos separa de sermos total e incondicionalmente de Deus?
Não será que ainda buscamos a «fórmula mágica» de conseguirmos agradar a Deus e aos homens? Não estaremos convencidos, grande parte de nós, que a nossa primeira vocação é a «diplomacia»?! Não estaremos convictos - erroneamente é certo - que poderemos inculturar o Evangelho a este nosso tempo «light» e «soft»?! Se estou equivocado, onde estão os profetas deste tempo no seio da Igreja?
Onde estão os homens e mulheres, leigos e pastores, capazes das rupturas urgentes e inadiáveis para o bom e fecundo anúncio da Boa Nova?

Onde nos escondemos, verdadeiramente?

Na aparência de cumpridores de normas e leis, de mandamentos e preceitos?!
Será isso em exclusivo e determinante a nossa adesão e pertença a Cristo?
Canta o poeta que «o medo, o medo, mata antes de se morrer»!
E não estaremos demasiadamente «mortos» por causa dos nossos medos?
Não nos esqueçamos; mais lembremo-nos uns aos outros que «nada nos separará do amor de Deus» se for essa a nossa vontade e o nosso desejo.
Com efeito, que valem os aconchegos do mundo, os sorrisos dos homens, se forem separação de Deus?!
De nada!
Ou melhor, para nos iludirmos a nós mesmos, para ofuscarmos o poder da Cruz, para ostracizarmos o rosto belo do nosso Deus oferecendo apenas o nosso...

5 comentários:

  1. O Amor a CRISTO é muito grande para além de nos »pescar» a nós ainda tem forças para encorajar, alertar todos os sacerdotes num seguimento total a Cristo Cricificado.
    Que essa Fé nunca O abandone e DEUS O proteja sempre nesse AMOR e entrega.

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  2. »Para mim viver é Cristo» diz S.Paulo numa entrega toal e porquê que nós somos tão egoistas e não seguimos o exemplo pelo contrário arranjamos sempre desculpas para tudo como se o efémero fosse melhor que todo esse Amor a transbordar um coração.
    A vida sem DEUS sem a Luz Divina a iluminar-nos náo tem significado nenhum é vã e não serve a ninguém, nem a DEUS nem aos nossos irmãos é vazia desprovida de tudo.

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  3. Deus diz-me que "ninguém me ama como Ele... que a Cruz é a Sua maior prova"...
    Deus diz-me que Ele "é Amor e nada há a temer"...
    Então... "porque tenho medo?", mesmo sabendo que "nada me separará do Amor de Deus!"...

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  4. A leitura das Cartas de S.Paulo no ano Paulino, foi para mim uma aprendizagem e descoberta da importância que S.Paulo representa para os Cristãos, com o seu amor incondicional a Jesus Cristo.
    A sua postura a sua forma de evangelizar são um exemplo da forma como deve ser a intervenção cristã no mundo.
    É extraordinário como os alertas de S. Paulo e a sua postura perante as dificuldades que foi encontrando no seu dia a dia, têm actualidade na vivência da Igreja de hoje.
    A sua actividade missionária a originalidade da forma como transmitia o seu amor a Jesus Cristo, devem ser para nós "o modelo".

    Enquanto não conseguirmos unirmo-nos com um propósito ou um sonho comum, mas sempre com Cristo no coração;
    Enquanto não conseguirmos ter a comunidade a rezar unida,colaborando todos para o bem comum, difundindo a Palavra de Cristo;
    Enquanto não conseguirmos por os talentos e os saberes que Deus nos deu ao dispor daqueles que mais precisam, praticando as bem aventuranças;

    Nós vamos continuar na busca da "forma mágica", a sentir os medos e as inseguranças que o Padre António aponta no seu texto.

    Se nós tivermos no nosso dia a dia a capacidade de interiorizarmos que Jesus Cristo nos ensinou a repartir o pão.Mostrou-nos como devemos ser solidários com os mais fracos e os oprimidos. E como isso não bastasse, atingiu o ponto máximo da solidariedade quando em nosso lugar morreu na cruz.
    Se nós tivermos no nosso dia a dia a capacidade de ter sempre presente que foi Jesus Cristo,
    aquele que melhor encarnou o espirito de solidariedade, durante todo o tempo em que veio pregar o Evangelho entre os homens.
    Concluimos que "NADA NOS SEPARARÁ DO AMOR DE DEUS".

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  5. "Nada nos separará do Amor de DEUS"
    Todo aquele que experimenta o seu Amor, nada nos pode deter , existe sempre uma chamada que nos acorda para ELE. O mundo é composto por toda a humanidade ,somos um todo e penso que tem que haver compreensão porque todos erramos e até pensamos que somos os bons, todos nós temos que ter a humildade e procurar o Amor de CRISTO ajudando o nosso irmão no bem.
    JESUS CRISTO tem de ser a nossa meta e vida.

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