quinta-feira, 3 de setembro de 2009


À imagem do «Bom Pastor»

Retorno ao tema do «Ano Sacerdotal».
Essa oportunidade de repensar aquilo que sou por graça de Deus.
Esse apelo a redescobrir que sou portador de um dom que jamais conseguirei explicar.
Essa missão que nunca será sobejamente cumprida como Deus merece e quer.
Na verdade, ao jeito de S. Paulo, atrevo-me a afirmar que demasiadas vezes «faço aquilo que não quero e nao faço aquilo que quero».
Mas acredito firmemente na misericórdia de Deus que não desiste de mim, de nós, pastores. Por isso nos atrai daquele Madeiro de Vida; por isso nos pede que sejamos perfeitos como perfeito é o Pai do Céu.
E a minha resposta não pode ser outra senão reafirmar-Lhe, na minha humanidade e com a minha fragilidade que "eu venho, Senhor, para fazer a Vossa vontade"!
Apenas assim poderei tentar imitar o Bom Pastor; só assim poderei sonhar ser imagem fiel do Bom Pastor...
Na verdade, ser Padre de Cristo é ser alguém que conduz os seus irmãos, que tem a coragem de indicar o caminho a prosseguir, à luz da fé, numa exigência e radicalidade com sabor a Evangelho. Num tempo em que há, tantas vezes, a tentação de adaptar o discurso àquilo que as pessoas querem e gostam de ouvir, o pastor descobre-se como um servidor da verdade, como alguém que sabe dizer a verdade com amor, para além daquilo que soaria melhor aos seus ouvintes.
O discurso vazio e adaptação àquilo que as pessoas gostariam de ouvir, não é uma atitude pastoral, mas um estrondoso falhanço pastoral.
O pastor do nosso tempo não pode limitar-se a conviver com os que frequentam a Igreja; vai à procura dos que a abandonaram e mesmo dos que nunca foram cristãos, sem medos da críticas mais ou menos depreciativas dos que se dizem cristãos.
O pastor não se apascenta a si mesmo, não procura na acção pastoral vantagens próprias, sobretudo de ordem material e social.
O pastor, ou é imagem viva do Bom Pastor ou, simplesmente, não é pastor!

4 comentários:

  1. "vai à procura dos que a abandonaram e mesmo dos que nunca foram cristãos, sem medos das críticas mais ou menos depreciativas."
    E procura no deck... no paredão... no shopping... onde for!
    E provoca... incomoda... desinstala... ama!
    E a Igreja vai-se enchendo...

    Rezo, agradeço...

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  2. É esse o maior DOM do Pe.António, é não discursar para agradar,mas sim com Amor mostrar-nos a realidade, como ela é e fazer-nos meditar e desejar-mos ser melhores.
    quando nós ouvimos um discurso que não vem da verdade, do coração esse discurso é banal não provoca não desinstala,não faz eco e não nos faz chegar a DEUS .obrigada por ser assim bom pastor que nos vai chamando.
    Pode crer que me encontou a mim e a pouco e pouco irá mais alguém,porque sem dar por isso o meu pensar, a minha atitude para com os outos vai sendo diferente.
    È de louvar todo o seu empenho sr prior, a busca de novos corações para DEUS e dos que estão meio adormecidos.
    O seu AMOR a CRISTO toca-nos muito Pe.António.

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  3. "...como alguém que sabe dizer a verdade com amor".

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  4. Penso que todos nóa ao entrar a porta da Igreja vamos com a nossa FÉ em CRISTO,uns com uma certeza no coração que nada nos abala, outros nem tanto,mas com o decorrer do tempo todoa nós precisamos de alguém, com uma força ESPECIAL que nos acorde,para DEUS com mais entrega ,mais AMOR.
    Ao ouvir só o que desejamos, não somos ajudados,
    é apenas uma ilusão,que não nos faz pensar nem em DEUS nem em ninguém, não de serve nada.
    Que bom é ter alguém que nos fça desejar ir á fonte,beber as palavras de DEUS.

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