terça-feira, 25 de agosto de 2009


"Viver com o coração"

Ao provocar, sinto-me provocado.
Ao desafiar, acolho o desafio.
Quando proponho, envolvo-me na proposta.
Se inquieto, aceito a inquietação.
Sempre que aponto caminhos, predisponho-me a caminhar.
Assim, desta forma, deixo-me envolver nesta «onda» de sonho e de festa, nesta «magia» de comunhão e de unidade, nesta aventura de construção e de vida...
Sabe bem reaprender a olhar a beleza dos corações.
É belo deixarmo-nos espantar pela ousadia e pela genuinidade dos mais novos.
Reconforta a caminhada deixarmo-nos conduzir pela alegria e a espontaneidade.
Sublinha-se o alento quando nos deixamos envolver pela rebeldia sã e a irreverência que liberta.
Assim têm sido estes dias no Serparil 2009.
Partilha-se vida, alma, lágrimas, sonhos, medos, angústias, esperanças, sorrisos, amizades, encantos...
Nasce e renasce aquela pureza original que nos faz ser mais homens e mulheres a sério.
Elevam-se os espíritos pois que nos movemos e existimos desprovidos de máscaras, imagens e seguranças enganadoras e falaciosas, inventadas pelos adultos para esconder a beleza original de Deus.
As crianças, os jovens, quando têm tempo e espaço para serem eles, ensinam-nos a simplicidade e a importância dos afectos, da ternura, da exigência, da radicalidade, da transparência...
Nós, adultos, sim, destruímos muita dessa beleza e dessa postura que tornariam este mundo bem diferentes!
Enxarcamo-los de «verdades» mentirosas, de «certezas» inseguras, de «grandezas» sem nobreza, de «riquezas» tão pobrezinhas...
Ah, se os deixássemos ser jovens a sério!
Se não os quisessemos à nossa imagem e semelhança!
Se não os escandalizassemos com as nossas mesquinhezes!
Deixaríamos que eles fossem homens e mulheres e nós, nós adultos, reaprenderíamos a viver com o coração.

5 comentários:

  1. Também penso assim. Os jovens podem ser um futuro bem diferente e melhor no mundo e na Igreja. Se não os protegessem tanto, enganando-os ao fazer-lhes propostas que não os realizam!
    É preciso a coragem de lhes falar de Jesus e da Sua Cruz. Assim, poderão ser homens e mulheres sem medos e sem máscaras.

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  2. Que alegria perceber e sentir pelas palavras e pelas fotos publicadas como o Reino de Deus continua a crescer.
    Que espantoso que numa Paróquia se consiga congregar tão grande número de jovens movidos por um ideal.
    Às vezes a Igreja não se renova nem se transforma porque há medo e inércia de apostar nos próprios jovens.
    Ainda bem que aí no Estoril há alguém que acredita e dá vida pelos mais novos. Não desistam Pe. António e outros colaboradores de gastarem o vosso tempo e a vossa vida ao serviço da Igreja na vida desses jovens.

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  3. "... e nós, nós adultos, reaprenderíamos a viver com o coração."
    Nós, adultos, crescemos e «azedamos», porque deixamos que seja a razão a comandar a nossa vida... bem ao contrário do que nos fala o Evangelho.

    Falta-me a alegria, a transparência... falta-me o meu coração!
    Rezando sempre, continuo a subir convosco... para que "renasça aquela pureza original" em mim.

    Aninhas

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  4. Que bem estaria a humanidade se houvesse muita gente com o pensamento do Pe. António.
    Mas nâo, nós os adultos temos a mania de os sufocar com as nossas ideias, às vezes um pouco amarguradas e esquecemos que eles tem de viver a vida deles e que nos podem ensinar e muito.
    Este projecto é fantástico para a formação dos jovens a convivência a presença de DEUS na vida deles é enriquecedor.
    Bem Haja pelo seu empenho e dedicação.

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  5. «Viver com o coração» é como eu vivo, como me ensinaram a viver, mas pode crer Pe, António por vezes é dificil sermos compreendidos.
    O Amor ,sensibilidade a entrega ,tem de ter muita persistência, para vencer a frieza em que tudo está mergulhado.
    Naõ é fácil,mas cada vez que se está mais perto de DEUS,da SUA Palavra, mais FElizes nos sentimos de ser assim.

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