sexta-feira, 17 de julho de 2009


“Só o amor pode salvar o mundo”

Volto ao tema de ontem… propositadamente.
Partindo, de novo, de uma expressão de Bento XVI; partindo dessa convicção profunda e inabalável de que tudo na vida ou «respira» o amor ou, simplesmente, está condenado à decadência e à ruína!
Diante de milhares e milhares de jovens, o Papa segredou-lhes – e por eles a toda a Igreja – que apenas o amor é resposta às inquietudes, esperanças e projectos que possam existir no coração humano; que apenas o amor dignifica e dá pleno sentido à existência humana.
Creio firmemente nessa resposta e proposta que o Santo Padre oferece ao nosso tempo!
Só o amor pode salvar o mundo, é também dizer que apenas esse amor consegue salvar a Igreja que somos!
Na verdade, em demasiadas situações, sente-se e experimenta-se, que esse amor se apresenta mais como «desamor», como aparência de essencial, como tradução errónea e deformada daquilo que verdadeiramente deveria ser o «cartão de visita» dos que se afirmam seguidores de Jesus Cristo!
Às vezes, diante da situação actual da vida da Igreja, das Comunidades, Grupos, Movimentos, Voluntários, Serviços, que a Igreja é, pergunto-me onde escondemos nós esse amor?!!!
Que fizemos dele?
Em que «ruelas» da nossa vida o perdemos?
Porque dele nos afastámos e divorciámos?
Porque dele nos envergonhamos, fugimos e tememos?
Há mais de dois mil anos que um Homem da Galileia viveu e propôs, destemidamente, esse amor como via de paz e de salvação definitivas; há mais de dois mil anos que Esse Jesus de Nazaré nos provoca e desinstala oferecendo-nos esse amor como princípio e fim da nossa existência; há mais de dois mil anos que a Humanidade é confrontada com essa Mandamento Novo…
Mas – passados todos esses séculos – a própria Igreja, portadora dessa mensagem, não raras vezes se desvia desse caminho único que nos enche e preenche profunda e totalmente!
Sim, é preciso recuperar as consequências desse amor; é preciso redescobrir a beleza desse sentimento; é preciso deixarmo-nos encantar e seduzir por esse valor maior; é preciso que nos deixemos enamorar, vencer, convencer, de que apenas o amor pode salvar o mundo, isto é, apenas o amor dará sentido a tudo quanto na própria Igreja fazemos, dizemos, propomos, rezamos, vivemos…
Porque, fugindo desse «abraço» urgente ao amor, apenas conseguimos ser uns teóricos, uns idealistas, uns etéreos, uns alienados, uns tristes homens e mulheres convencidos de que vivemos na órbita de Deus e, todavia, estamos mergulhados na galáxia da mentira, da superficialidade e da ausência do verdadeiro Deus…
Ajudemo-nos, na caridade e na verdade, a sermos todos, mas todos, fiéis administradores desse amor que o Espírito já derramou nos nossos corações.

6 comentários:

  1. «SÓ O AMOR PODE SALVAR O MUNDO« .
    o amor é uma palavra muito abrangente,todos nós falamos dela ,com mais ou menos intensidade,mas muito dificil de a põr em prática na sua essência.Por vezes andamos quase no ar ,que nem paramos para pensar, quando alguém como o PADRE ANTÒNIO com o seu amor a DEUS e ao proximo nos alerta, faz pensar, entÃO paramos e pensamos que realmente ainda temos muito que fazer por DEUS pelos outros e por nós.
    Para mim estas reflecções tem-me feito pensar muito, muito mesmo.

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  2. «SÓ O AMOR PODE SALVAR O MUNDO», que expressão tão simples mas tão concreta !

    Quem me dera viver num mundo inundado de amor, deste particularmente. Quem me dera olhar ao em todo o redor e maravilhar-me com o amor de homens e mulheres!

    Olho e descubro este amor, mas tantas vezes escondido em todos nós, quem me dera olhar e ver logo ali o amor «escancarado», louco, sem limites, quem me dera que o amor fosse um lema não só de palavras, mas também de acções!

    Há que olhar na cruz e abandonarmos-nos no Seu amor tão verdadeiro e essencial para «SALVAR O MUNDO»!

    Obrigado Pe.Antonio por estas palavras!

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  3. "há mais de dois mil anos que Esse Jesus de Nazaré nos provoca e desinstala oferecendo-nos esse amor como princípio e fim da nossa existência"

    Então... porque não aceito e vivo esse amor tão grande? Porque teimo em fechar o meu coração?...

    Aninhas

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  4. ..."Ajudemo-nos, na caridade e na verdade, a sermos todos, MAS TODOS, fieis administradores desse amor que o Espirito já derramou nos nossos corações".
    Que desafio tão grande e tão importante para as nossas vidas, nos é proposto pelo nosso Prior.
    A concretização deste desafio é fundamental para vermos a mudança e termos menos desamor e a nossa vida ser guiada pelo verdadeiro Amor.
    Prometo que vou reflectir sobre o conteúdo deste seu texto.
    LU

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  5. Mais uma vez queria agradecer ao Pe. António em relembrar-nos aquilo que importa mesmo. Com quanta facilidade nos distarímos. E que bom que alguém nos «acorde» mesmo que isso possa ser uma tarefa ingrata e até não suportada por todos.
    Não desista nunca de tentar imitar Aquele que nos veio «provocar» e desafiar a ir mais longe...

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  6. Só o amor pode salvar o mundo e a nós também,como eu compreendo, agora com muita mais consciência de como tudo neste mundo é efémero.
    A dádiva do nosso coração aos nossos irmãos , a quem de nós precisa é o essencial e a realização de todo o nosso ser.
    O que acumulamos ao longo da nossa vida é tralha e muita dela irá ser posto ao pé de um mero caixote.
    Nós deixamos tudo, para ir de mãos vazias e espírito cheio para o nosso Pai Criador.
    Que bom quando Deus nos dá a hipótese de nos apercebermos de todo o Seu Amor por nós.

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